Ali Kamal Abdallah, de 15 anos, foi morto no Líbano após um bombardeiro de Israel no Vale do Becá. Crédito: Reprodução

Ali Kamal Abdallah, de 15 anos, foi morto no Líbano após um bombardeiro de Israel no Vale do Becá. Crédito: Reprodução

Israel avança com bombardeios no Líbano; dois brasileiros estão entre os mortos

Pai e filho morreram nesta segunda (23) enquanto trabalhavam no Vale do Becá, a 30 quilômetros da capital Beirute

27/09/2024 às 18:09 | 2 min de leitura | Direitos Humanos
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Ali Kamal Abdallah, um jovem brasileiro de 15 anos, morreu na segunda (23) após uma série de ataques das forças israelenses no Vale do Becá, a trinta quilômetros de Beirute, capital do Líbano. Desde o início da ofensiva de Israel contra o país, essa é a segunda morte confirmada pelo Itamaraty.

O pai do adolescente, Kamal Hussein Abdallah, de 64 anos, também morreu durante os bombardeios. Em seu perfil no Facebook, a irmã de Ali republicou um vídeo em homenagem à memória do irmão, afirmando ter sido “O anjo que Israel matou”. 

Em entrevista à RPC do Paraná, Hanan Abdallah afirmou que pai e filho morreram enquanto trabalhavam. Natural de Foz do Iguaçu, Ali Kamal vivia no Líbano com o pai, um libanês com nacionalidade paraguaia. 

"Foi um ataque. Eles morreram trabalhando na pequena fábrica da família", disse.

Segundo o Ministério das Relações Exteriores, todo o apoio está sendo prestado à família. Antes do seu último compromisso na 79ª Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva condenou os ataques de Israel ao Líbano.

“É importante a gente lembrar que no Líbano o total de mortos é de 620 pessoas. É o maior número de mortos desde a guerra civil que durou entre 1975 e 1990. É importante lembrar também que morreram 94 mulheres e cinquenta crianças, 2 058 pessoas feridas e dez mil pessoas forçadas a recuar e esvaziar suas casas”, disse Lula em entrevista coletiva na quarta (25).

O primeiro-ministro de Israel rejeitou a proposta de cessar-fogo com o Hezbollah depois do pedido dos Estados Unidos e da França, em encontro às margens da Assembleia Geral da ONU. Benjamin Netanyahu ignorou o apelo dos dois países e ordenou que as tropas israelenses continuem com o avanço sobre o território libanês. 

Itamaraty repudia ataques ao Líbano

Antes das declarações de Lula, o Itamaraty já havia publicado um comunicado recomendando que os brasileiros deixassem a área de conflito. O aeroporto de Beirute continua em funcionamento, mas o governo federal está avaliando a necessidade de uma operação tarefa para repatriar milhares brasileiros.

“O Brasil renova o apelo às partes envolvidas para que cessem, imediatamente, os ataques, de forma a interromper a preocupante escalada de tensões, que ameaça conduzir a região a conflito de amplas proporções, com severo impacto negativo sobre populações civis”, lê-se na nota divulgada pelo Itamaraty.

Na manhã desta sexta (26), uma fonte no Líbano contou à BRASIL JÁ que a situação na capital libanesa é caótica e que tudo está muito caro por lá. 

Desde as explosões de pagers e radiocomunicadores usadas por integrantes Hezbollah, o sentimento de pânico e desconfiança é imenso —e essa condição tem dificultado o trabalho de muitos jornalistas no local.

De acordo com o Ministério da Saúde libanês, pelo menos setecenteas pessoas já morreram e 1 540 estão feridas desde a intensificação dos ataques de Israel contra o Líbano. A Organização Internacional para as Migrações divulgou que, desde o início do conflito na Faixa de Gaza, mais de duzentas mil pessoas já foram deslocadas do Líbano.

Apoio aos brasileiros

A Embaixada do Brasil em Beirute disponibilizou um plantão consular do Itamaraty para facilitar a assistência aos cidadãos brasileiros que estão tentando deixar o país. O contato pode ser feito através do número +55 (61) 98260-0610 (WhatsApp).

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