Mário Machado (ao centro) em marcha islamofóbica em Lisboa. Crédito: Tiago Petinga, Agência Lusa

Mário Machado (ao centro) em marcha islamofóbica em Lisboa. Crédito: Tiago Petinga, Agência Lusa

Mário Machado é julgado por defender 'prostituição forçada' de mulheres de esquerda

Acusação contra líder de marcha xenofóbica se baseia em troca de mensagens no X (antigo Twitter) fomentando ataques a mulheres

06/02/2024 às 08:20 | 2 min de leitura | Direitos Humanos

Acusado de incitar violência e ódio contra mulheres, o extremista de direita Mário Machado —líder da marcha xenofóbica ocorrida no último sábado (4)—, será julgado nesta terça (6) no Juízo Criminal de Lisboa. Machado é processado após queixa apresentada pela ativista e professora Renata Cambra, do Movimento Alternativa Socialista (MAS). 

A acusação se baseia em mensagens publicadas no X (antigo Twitter) nas quais os perfis Mário Machado e Ricardo Pais  incitam a "prostituição forçada", ou seja, esturpo de mulheres de partidos de esquerda, "tipo arrastão", e com o intuito de "motivar as tropas". Renata Cambra é citada expressamente numa das mensagens, na qual é dito que a ativista receberia "tratamento VIP".

Conforme publicado pela revista Visão, o Ministério Público sustenta que "sabiam os arguidos que, com conotação que faziam das referidas mulheres à prostituição ofendiam, como ofenderam, a honra e consideração de todas as militantes dos referidos partidos, e em especial Renata Coutinho de Almeida Cambra, por estas serem membros de partidos que perfilham ideologias políticas de esquerda, mas sobretudo, por serem mulheres".