Presidente Lula em entrevista à Rádio Difusora. Crédito: Reprodução

Presidente Lula em entrevista à Rádio Difusora. Crédito: Reprodução

Lula comenta denúncia contra Silvio Almeida: 'Alguém que pratica assédio não fica no governo'

Presidente também afirmou ser preciso garantir direito à defesa e à presunção de inocência

06/09/2024 às 16:43 | 2 min de leitura
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"Alguém que pratica assédio não vai ficar no governo", afirmou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao comentar nesta sexta (6), pela primeira vez, as denúncias de assédio sexual contra o ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida.

Em entrevista à Rádio Difusora, de Goiânia, o presidente afirmou que ainda nesta sexta baterá o martelo para definir se Almeida continua ou não no governo enquanto o caso é investigado. A Comissão de Ética Pública e a Polícia Federal já abrirarm apurações.

Ministro Silvio Almeida é denunciado à ONG Me too por assédio sexual

"Eu fiquei sabendo disso ontem, pedi ao advogado-geral da União e ao controlador-geral da União, ao ministro da Justiça, que conversassem com as pessoas até eu chegar. O que eu posso antecipar para você é o seguinte: alguém que pratica assédio não vai ficar no governo", afirmou Lula. 

O presidente também ponderou ser necessário bom senso para permitir o direito à defesa ao ainda ministro. Lula reforçou que o governo vai colocar a Polícia Federal, o Ministério Público e a Comissão de Ética Pública para investigar as denúncias feitas à organização não governamental Me too.

Ministro Silvio Almeida. Crédito: Divulgação, MDHC

"Eu estou numa briga danada contra a violência contra as mulheres, o meu governo tem uma prioridade em fazer com que as mulheres se transformem numa parte importante da política nacional. Então, eu não posso permitir que tenha assédio", acrescentou o presidente. 

Lula também disse na entrevista se necessário que a apuração seja correta. Caso se confirmem as denúncias, o presidente deixou claro que Silvio Almeida não seguirá no cargo pois os eventuais crimes não fazem jus ao discurso, à defesa da mulheres e aos Direitos Humanos.

A reunião de Lula nesta sexta também será com a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, uma das possíveis vítimas dos assédios. Depois da conversa, o presidente irá definir se afasta, ou não, Silvio Almeida da cadeira no Executivo federal. 

'Ilações absurdas', diz ministro

O ministro Silvio Almeida nega as acusações e afirmou, em nota e vídeo, estar sendo alvo de "ilações absurdas". Almeida acrescentou que ele próprio será o autor de pedido de investigação do caso. 

Por ora, Almeida precisa preparar uma defesa a ser apresentada à Comissão de Ética Pública, órgão vinculado à Presidência da República, que abriu processo para apurar as denúncias. O ministro tem dez dias para elaborar a defesa. 

O Ministério das Mulheres, chefiado por Maria Aparecida Gonçalves, divulgou um comunicado nesta sexta classificando como "graves" as denúncias de assédio sexual contra o ministro. 

Além dos órgãos antes mencionados, a Polícia Federal também informou que investigar as denúncias de assédio sexual contra o Silvio Almeida.

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